quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A recuperação não tira férias. - Parte 01 - São Paulo



Bom hoje voltei ao trabalho após 30 dias de férias, mas férias somente do trabalho pois a recuperação não tira férias, aliás eu tenho que estar mais atento ainda, pois saio da minha rotina diária da qual estou acostumado, de trabalho, disciplina e claro espiritualidade, para dar lugar ao ócio.
Afinal de contas passei um ano todo trabalhando e estudando, também tenho direito de descansar. E sinceramente não me lembro de ter tido umas férias tão boas (umas eu não lembro mesmo heheheh). Meu primeiro dia de férias às 09:00 horas da manhã estava eu no consultório do psiquiatra na minha consulta mensal, após fui buscar minha carteira de identidade, coisa que não tinha a anos para poder viajar. No outro dia estava pegando o avião para São Paulo passar uns dias com meu irmão, cunhada, minha linda sobrinha. Foram cinco dias que nunca pensei que passaria com meu irmão. Uma porque antes eu estava sempre louco e tinha inveja dele, por ele ser bem sucedido. Hoje o admiro e sei que tudo que ele conseguiu não veio de graça, ele perseverou, estudou, trabalhou, enquanto eu estava fazendo festa e usando droga, ele estava em cima de um livro, e pela primeira vez em 38 anos que conversamos de verdade como homens, falei que o invejava.
Hoje o admiro e que o amo e que se ele conseguiu eu também posso, como todos podem é só ter vontade perseverar e não desanimar no primeiro problema que aparecer, aprendi muito com ele nestes dias, e como é bom que ele apesar de tudo também me ouvia. Teve uma situação em que já estava indo dormir e desci pra tomar meu remédio, quando cheguei na cozinha ele estava tomando uma taça de vinho, conversamos mais ou menos meia hora e eu fui dormir. No outro dia ele me perguntou se eu tinha ficado chateado ou de cara por ele estar bebendo, eu respondi "claro que não, quem não pode beber sou eu", eu não posso e não tenho o direito de exigir que os outros não bebam ou deixem de fazer o que quiserem, se não o mundo todo iria ter que mudar por causa de mim.
Eu tenho que aprender a viver com a minha doença, com os meus limites, e deixar os outros viverem a vida deles. Quanto tempo a minha mãe não viveu por minha causa, o meu pai, irmãos, esposa, eu queria ser o centro das atenções, invejoso, orgulhoso, auto piedoso, eu não posso mudar ninguém só a mim mesmo, como disse John Lennon "Eu estive em todos os lugares mas só me encontrei em mim mesmo".

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